Archive for the ‘Finanças Pessoais’ Category

Guarde o troco – 2007

domingo, 06/01/2008

No começo de 2007 fiz um post aqui sobre um método para guardar uma grana a mais. Na época eu comentava sobre os resultados do ano de 2006.

Neste ano que passou eu continuei usando o método, mas ao contrário do que havia prometido no post anterior, eu não me dediquei tanto quanto gostaria.

Mesmo assim, para minha surpresa, ao conferir os valores eu havia guardado mais dinheiro do que no ano anterior. Desta vez eu consegui guardar R$ 201,33, contra R$ 180,00 em 2006.

Apesar de não ter me dedicado tanto, acho que o grande diferencial foi a “qualidade” das moedas que guardei, já que desse valor R$ 62,00 eram de moedas de R$ 1,00. Também guardei outros R$ 51,50 em moedas de R$ 0,50.

Agora só falta trocar as moedas em notas e depositar o dinheiro.

Mais uma vez fica a dica para quem quiser guardar um dinheiro a mais. Ou você pode fazer isso para o seu filho, sobrinho, etc, garantindo um bom presente de natal ou dia das crianças.

Mais opções de investimento

quinta-feira, 18/10/2007

Algum tempo atrás fiz um post aqui sobre uma opção de investimento em fundos imobiliários. Eu achei essa opção bastante interessante e acabei investindo em um fundo desses. E está indo bem, obrigado.

Mas algumas pessoas poderiam achá-lo muito arriscado para seus gostos, pois ele gera uma renda fixa mensal, mas também possui uma parte variável, que é relativa à valorização ou desvalorização da cota.

Sendo assim resolvi procurar por alternativas apenas de renda fixa para colocar aqui. Acabei encontrado duas opções muito interessantes.

A primeira opção é o CDB da Fator Corretora, que paga taxas iguais ou ou acima do CDI bastando que você deixe o dinheiro lá por mais de 30 dias.

Taxas pagas pela corretora Fator

Só para constar, em uma consulta rápida, descobri que o menor valor do CDI desde janeiro de 2005 foi de 0,8% em setembro último.

Veja ao lado a tabela das taxas pagas pela Fator corretora.

Você pode perceber que o valor inicial é muito baixo se você comparar o retorno. Você pode até encontrar no seu banco fundos com investimento inicial de R$ 100,00, mas a rentabilidade não vai chegar nem perto disso. E para você conseguir algo em torno de 100% do CDI normalmente você precisa ter mais de R$ 100.000,00 e ainda deixar por um prazo bem maior que 30 dias.

Fundo do banco BanifUma outra opção interessante que achei também foi um fundo de investimentos do banco Banif. Eles possuem um fundo de investimento com uma ótima taxa de administração de 0,3% ao ano e com investimento inicial de apenas R$ 5.000,00.

Novamente, pode procurar no seu banco um fundo que exija essa quantia inicial e que tenha uma taxa perto disso. Você não vai encontrar.

Uma outra coisa que achei interessante foi o rendimento deste fundo. Sempre muito parelho ao do CDI. Veja na tabela ao lado.

Um último detalhe importante é o seguinte: Você não precisa ter medo de investir em bancos ou corretoras desconhecidos desde que os produtos que eles ofereçam sejam garantidos pelo FGC, o Fundo Garantidor de Crédito.

O FGC é um seguro para caso a instituição financeira venha a ter problemas no futuro. Mais especificamente falando, para o caso do banco quebrar. Caso isso ocorra você será reembolsado até o limite de R$ 60.000,00 por CPF, por cada banco que quebrar e você possuir uma aplicação.

Normalmente os CDB`s e fundos de renda fixa ou DI possuem esta garantia. Logo, basta ler o prospecto ou perguntar antes de aplicar. Depois, é só alegria.

Importante: Este post não constitui uma indicação e representa apenas a minha opinião pessoal. Outras dúvidas devem ser verificadas diretamente com os gestores dos fundos. Também não tenho nenhum vínculo com nenhuma das instituições citadas.

Vale do Rio Doce realiza split. O 3º desde 2004!

terça-feira, 04/09/2007

A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) divulgou um comunicado no fim de agosto avisando que a partir do dia 03/09, o primeiro pregão de setembro, tanto as ações ordinárias (VALE3) quanto as preferenciais (VALE5) sofreriam um desdobramento de 1 para 2.

Na prática, quem tem uma ação passa a ter duas. E cada ação que valia por volta de R$ 80,00, passaram a valer a metade.

Como já expliquei em um outro post nada muda em termos numéricos/financeiro. O que preocupa é que, consultando a página da própria Vale, é possível ver que já houve um split de 1 para 3 em agosto de 2004 e um outro split de 1 para 2 em junho de 2006.

Eu não sei o valor da ação na época de cada split, mas o que se pode identificar é que quem tinha 1 ação antes de agosto de 2004 passou a ter 12 ações após o último split(1 * 3 em 2004. 3 * 2 em 2006. 6 * 2 em 2007). Outro fato que impressiona também é que o último split havia acontecido a menos de 1 ano!

Como já disse no outro artigo, é bom ficar ligado quando o mercado, de uma maneira geral, começa a ter muitos splits. O que dizer então quando uma só companhia faz tantos?

Conheço pessoas que investiram um valor baixo do fundo de garantia em ações da Vale lá pelos idos de 2001/2002. Conheço gente que investiu menos de 3 mil reais e tinha mais de 15 mil reais pouco tempo atrás. Uma multiplicação de 5 vezes no capital!

Agora imagine que esta ação da vale, a VALE5 por exemplo, valesse os mesmos R$ 80,00 em 2002. Multiplicando o valor por 5 teríamos uma ação que valeria R$ 400,00. Bem mais difícil de vender, não acha?

Com os splits, o valor nominal de cada ação diminui, fazendo parecer que estão baratas, o que facilita a venda por parte de quem já comprou e quer realizar o lucro. Afinal é bem mais fácil achar 5 pessoas dispostas a pagar R$ 80,00 por um produto que uma disposta a pagar R$ 400,00.

Outra coisa que facilita a vida de quem quer vender é que após uma alta tão grande, uma grande maioria “ouve falar” da empresa nos jornais, revitas e etc. Daí, essa pessoa vê uma ação da Vale custando, na teoria, R$ 40,00 e uma do Pão de Açúcar custando por volta de R$ 63,00 e logo pensa: “Eu, além de pagar mais barato ainda estou comprar ações da Vale, que está bombando?”. E se entope de VALE5 e VALE3.

Não estou dizendo que você não deve comprar, nem que deve. Só estou querendo alertar que nem tudo é o que parece. Cuidado com o oba-oba e com as dicas.

Vá com calma e faça suas escolhas de forma consciente.

Boa sorte.

Split de ações – O que nunca te contaram

domingo, 29/07/2007

Já faz um tempo que estava desejando escrever sobre este tema aqui.

Após ver esta notícia achei que estava na hora de escrever.

Muitas pessoas, principalmente agora que as aplicações em bolsa estão populares, podem dizer que sabem o que é o split, mas poucas entendem os conceitos e reais motivos por trás desta ação.

Para encurtar a história, um split de ações é a divisão de uma ação em várias outras. Por exemplo, em um split de 1 para 3, a pessoa que possui uma ação passa a ter 3, sendo que cada ação passa a valer 1/3 do que valia antes. Não há lucro ou prejuízo para o investidor quando uma ação sofre um split.

O que é preciso entender é o motivo do split. Um split acontece quando as ações estão com um valor muito elevado, dificultando a sua negociação. Afinal, é mais difícil vender um produto de R$ 5.000 do que um de R$ 500.

Isso pode parecer uma atitude nobre, mas não é bem assim. Os splits denunciam uma valorização excessiva de um papel. E quando vários papéis começam a sofre splits estes denunciam uma valorização excessiva do mercado.

Só para constar, de 1 ano para cá houve inúmeros splits.

Os splits revelam um movimento de distribuição. Ao se diminuir o valor de uma ação fica bem mais fácil para os “tubarões” (grandes investidores) passarem seus papéis para os “sardinhas” (pequenos investidores).

E é nesse momento que as ações estão “baratas” que os taxistas, padeiros e engraxates entram no mercado de ações. Nada contra essas profissões. O que estou querendo dizer é que é nesse momento que algumas pessoas caem de pára-quedas no mercado.

Outra coisa que uma pessoa que resolve investir após assistir ao Jornal Nacional ou receber uma dica não entende é: sucessivos splits mascaram a excessiva valorização de uma ação.

Uma ação que sofra um split de 1/10 sempre que alcancar R$ 10,00, no décimo split estaria valendo, na prática, R$ 100,00.

É aí que o desavisado que viu há 6 meses atrás que ela valia R$ 9,80, ao encontrá-la por R$ 9,00 após o split compra achando que é pechincha. Ele nem imagina que ela subiu R$ 0,20, sofreu split de 1/10, voltou para R$ 1,00 e agora está a R$ 9,00 de novo!

Portanto, fique de olho sempre que ouvir falar em splits. Sempre que isso começa a ocorrer significa que você está atrasado e que se entrar no mercado agora será o meio para que os grandes realizem o lucro. Afinal, eles precisam vender para colocar dinheiro no bolso.

Para finalizar e simplificar, guarde esses três conceitos:

  1. Um split é um mecanismo de distribuição. Ele só ocorre porque já houve uma grande acumulação de ações na mão de poucos grandes investidores. Como essa acumulação reduz a oferta o preço sobe. E quando o preço sobe muito, fica mais difícil de se negociar a ação. Com o split fica mais fácil dos grandes investidores “se livrarem” delas;
  2. Sucessivos splits mascaram o aumento de preço da ação. Uma ação que valia 10, sofre um split de 1/10 passa a valer 1. Ao chegar a 10 e sofrer outro split para 1, vale na verdade 20.
  3. Você pode ganhar algum dinheiro com o split no curto prazo. Como o valor da ação “diminui”, mais padeiros, taxistas e engraxates vão querer vir às compras, aumentando o preço.

Uma coisa que quero deixar claro é que não existe nenhum complô dos investidores para fazer ou não split. Não vá querer ficar aí reclamando que os “grandes”, “eles”, fizeram um split.

O split acaba acontecendo por uma causa natural, mas indica que você pode ter chegado atrasado.

Para entender um pouco mais sobre acumulação e distribuição de ações, leia este outro post.

Cuidado com o medo

sábado, 14/07/2007

O medo é uma sensação causada pela insegurança em relação a algo. É uma sensação ruim e que pode causar um bloqueio de pensamento ou atitudes diante de uma situação.

Normalmente a insegurança que causa o medo está relacionada com a falta de preparo para enfrentar a situação encontrada. Isso pode ser contornado adiquirindo-se o preparo necessário, expondo-se gradativamente à situação.

Mas esta semana enfrentei um tipo de medo diferente. Senti medo em uma situação na qual eu teoricamente estava preparado para enfrentar. Isso me preocupou.

A situação aconteceu na quinta-feira quando foi divulgado o preço inicial das ações da REDECARD, uma empresa que iria fazer sua estréia na bolsa.

Sempre que uma empresa vai entrar na bolsa, ou realizar um IPO, ela diz quantas ações irá oferecer e aguarda os pedidos dos investidores. Quando chega na véspera da estréia, levanta-se quantas ações foram reservadass pelos compradores e, se houverem mais pedidos do que ações é feito um rateio.

Explicando: se a empresa oferta 100.000 ações, e, suponhamos, 10 investidores pedem 20.000 ações cada, só é possível atender apenas a metade dos pedidos de cada um, pois 10 * 20.000 dariam 200.000 ações. Isso é o rateio, a grosso modo.

De uma forma geral, quando uma empresa tem um rateio alto, significa que houve grande procura, o que pode significar que a empresa é “quente” e que as pessoas acreditam nela.

No caso da REDECARD, que é líder nas transações com cartão de crédito e débito, eu esperava que houvesse um rateio alto. Mas não foi o que aconteceu. Todos os investidores que pediram até R$ 68.000,00 em ações foram atendidos totalmente.

Quando soube disso fiquei feliz, pois meu pedido(bem abaixo disso) foi totalmente atendido, mas logo depois fiquei com MEDO, pois pensei: “Essa empresa deve ser uma bomba e eu vou sobrar com esse mico na mão.”.

Fiquei assim por uns 10 ou 15 minutos até tomar consciência de que eu havia tomado a decisão por acreditar em mim. Eu havia feito uma análise, me informado e escolhido investir na empresa. Eu leio, estudo e me informo sobre o mercado de ações. E não é de hoje.

Percebi que não deveria julgar minhas ações baseado nas ações dos outros. Constatei que estava preparado para tomar a decisão e assumir o risco. Resolvi acreditar em mim.

Depois de me conscientizar disso fiquei mais tranquilo e aguardei o dia seguinte para ver como seria o desempenho das ações. Vendi com um lucro acima de 20%.

O que percebi nisso tudo é que existe realmente o medo justificado, que é aquele gerado pelo despreparo. Mas no caso acima era falta de confiança mesmo. A minha falta de confiança em mim estava gerando medo.

Sempre que você se encontrar em uma situação onde venha a sentir medo, pergunte-se se você tem condições de enfrentar aquela situação. Pergunte-se se você se preparou para aquilo.

Uma boa dica para saber se você está preparado ou não, é descobrir se você se colocou na situação que está gerando medo ou não. Se você foi até a montanha para uma escalada é provável que você já saiba algo sobre escaladas, tenha conversado com alguém, lido a respeito, etc.

Agora, se um amigo te levou para um “passeio” e de repente, diante da montanha ele disser: “Escale”. Nesse caso, muito provavelmente você sentirá um medo justificado, pois não tem a menor condição de enfrentar o desafio.

Sempre que você se encontrar na segunda situação, permita-se sentir medo, se quiser. Sem culpa.

Sempre que encontrar-se na primeira, procure lembrar-se a razão de estar ali. Procure lembrar-se do que te levou a buscar aquela situação. Provavelmente você descobrirá que tem condições de enfrentar o desafio.

O que devemos ter em mente é que existem riscos e benefícios.  Devemos sempre procurar analisar os riscos e descobrir como neutralizá-los, friamente. Feito isso você estará preparado para agir e não tem o direito de sentir medo.

Quais são os riscos de se escalar uma montanha? Cair. Se perder. Se machucar. Passar mal por falta de oxigênio ou frio.

Como neutralizar cada um desses? A queda pode ser evitada comprando-se cordas e grampos novos. Para não se perder você pode levar mapas e bussólas. Você também pode levar luvas e joelheiras para evitar lesões e pode também comprar roupas adequadas para evitar o frio.

Se você fizer essas duas coisas(descobrir os riscos e como neutralizá-lo) não há razão para o medo. A partir desse momento você poderá ficar confiante.

Você fica confiante quando sabe que caso se perca possui um mapa, uma bússola e comida extra.

Importante: O fato de você mapear os ricos não impede que as coisas saiam errado, mas permite que você possa agir se saírem. E isso é o suficiente para você não “se machucar”.

No meu caso, a minha “superação” ainda rendeu um bom dinheiro.

A importância do volume de negócios ao negociar ações

quarta-feira, 20/06/2007

Muito se houve falar sobre o volume financeiro das ações ou do Ibovespa. É comum ouvirmos notícias do tipo “O Ibovespa fechou em alta de 0,5%, com volume financeiro de R$ 2 bilhões”. Mas o que é o volume financeiro de uma ação e o que ele significa?

Primeiro é preciso entender que o volume financeiro é oriundo do volume de negócios, que de fato, é o que mais importa.

O volume de negócios é a quantidade de ações negociadas em um determinado período, normalmente o dia. Logo, se eu vendo 10 ações da Petrobrás para você e se não houverem mais negócios, o volume do dia foi de 10 ações negociadas.

No momento que escrevo este post, vejo que as ações preferenciais da Petrobrás(PETR4) fecharam cotadas a R$ 50,71 com um volume de 6640 negócios.

O volume de negócios é muito importante pois nos ajuda a compreender até que ponto uma alta ou queda do preço pode ser considerada como surgimento de uma nova tendência nos preços ou não.

Vamos imaginar um cenário onde as ações da Petrobrás valessem R$ 100,00 no começo da semana. Agora imagine que no fim do dia ela tenha sido cotada a R$ 101,00 (alta de 1%), com um volume de 5.000 negócios.

Imagine que no outro dia, estas mesmas ações fechem o dia cotadas a R$ 102,01 (alta de 1%) com volume de 15.000 negócios.

Mais um dia se passa e as ações encerram o pregão cotadas a R$ 104,86 (alta de 2,8%) com um volume de 10.000 negócios.

Até agora temos uma alta acumulada de 4,86% em três dias!

Vamos imaginar mais um pregão altista, onde as ações encerrem o dia cotas a R$ 108,00 (alta de 3%) de um volume de 10.000 negócios.

Para finalizar, imaginemos um dia ruim, onde a ações caiam e terminem o dia cotadas a R$ 105,84(baixa de 2%) , com um volume de 500 negócios.

Seria correto dizer que o cenário é negro para as ações da Petrobrás? Não nesse caso. Explico.

Imaginando que o primeiro pregão tenha sido numa segunda-feira, você teria chegado na quinta-feira com um lucro de 8%! Nada mal.

Pense que na sexta-feira você resolva viajar no fim de semana e precise de algum trocado. Aproveitando-se do bom lucro que teve resolve vender parte das suas ações. Vamos supor que eu tenha feito o mesmo.

É o que se pode “ler” do comportamento dos investidores no cenário acima. Eles se desfizeram de uma pequena parte de suas ações para fazer uns trocados. Nesse caso, um lucro de 8%, ou 7,8%, ou 7,6%, ou talvez 7% não faz muita diferença e por isso eles aceitaram vender um pouco mais barato. Só isso.

Para ser mais claro, vamos supor que você, apenas você, seja o responsável por todos os negócios descritos acima, de uma só vez, com o preço citado. Nese caso, até na quinta-feira você teria comprado 40.000 ações, desembolsando R$ 4.163.750,00. Isso é um fortíssimo indicador de que você acredita na Petrobrás, não?

Voltando ao caso da sexta-feira, imagine que você tenha visto a minha oferta para comprar as 500 ações de você a R$ 105,84. Você pensa: ” R$ 105,84 * 500 = R$ 52.920,00. Acho que dá para tomar uma cerveja”. E me vende.

Isso significa que você perdeu a fé nas ações da Petrobrás? Olhando a variação negativa do preço, talvez sim. Olhando o volume de negócios no dia da queda, com certeza NÃO. Afinal, você ainda tem 39.500 ações da empresa!

Por isso o volume de negócios é importante. Ele indica para que lado a massa de investidores está se movendo. No nosso exemplo, a massa(você) está tendendo a comprar Petrobrás, o que indica tendência de alta no preço.

Essas variações contrárias no preço das ações são muito comuns em fins de semana e feriados prolongados, e como vimos, podem não significar muita coisa se o volume for inexpressivo.

Caso o cenário continuasse assim por muito tempo, começariam a haver dias onde o preço começaria a cair com volumes de negócio maior do que os dias que subissem. Isso indicaria o contrário do que vimos acima.

Por isso, sempre que vir no jornal a notícia de uma alta ou queda, forte ou insigificante, não tome essa informação como verdade absoluta. Procure saber qual foi o volume de negócios para saber como a massa se comportou. Uma leve alta com muito volume é mais importante do que uma grande queda com pouco volume.

Na prática, pense assim: O volume confirma, ou não, a tendência.

Voltando ao volume financeiro que falamos no começo do post, ele é calculado usando alguma fórmula sobre o volume de negócios. Eu não sei exatamente como ele é calculado, e nem vem ao caso. O que importa é que o volume de negócios é um dos componentes da fórmula e as suas variações são proporcionais, sempre. Ou seja, para um alto volume financeiro há um alto volume de negócios.

Eu não gosto de utilizar o volume financeiro em minhas análises pois caso você não tenha dados históricos atualizados/corrigidos ele pode te pregar peças.

Imagine que o nosso indicador de volume financeiro seja a quantidade de negócios multiplicada pelo preço de fechamento da ação. Nesse caso, poderíamos obter o mesmo volume financeiro caso a ação dobrasse de preço e a quantidade de negócios caísse pela metade. É claro que isso não vai acontecer da noite para o dia, mas você pode ter problemas ao estudar uma série histórica.

O exemplo acima nunca aconteceria se você olhasse a quantidade, pois ela é absoluta. Esse é o motivo pelo qual a uso nas minhas análises.

Em breve escrevei novos posts sobre o assunto, abordando alguns indicadores que utilizam o volume para detectar tendências.

Opção de investimento

sexta-feira, 15/06/2007

Procurando o que fazer com um dinheiro que tinha, andei pesquisando algumas opções de investimento.

Acessando o site da corretora que sou cliente, a Coinvalores, encontrei algumas opções de fundos de investimento. Haviam várias opções, entre fundos cambiais, renda fixa, indexados e renda variável. Mas os que me chamaram realmente a atenção foram os fundos imobiliários.

Os fundos imobiliários, para quem não conhece, são fundos formados por grupos/empresas que administram imóveis(normalmente edificíos comerciais) e rateiam o lucro dos aluguéis/arrendamento entre os investidores.

Alguns fundos administram shopping centers, como fundo do Shopping Pátio Higienópolis, outros edifícos comerciais. Enfim, imóveis.

Na prática, é como se você fosse dono do imóvel e recebesse parte do aluguel. Mas sem os incovenientes de comprar o imóvel, passar a escritura para o seu nome, fazer o contrato de locação, etc. É claro que para isso é cobrada uma taxa de administração, que já é descontada antes do rateio entre os investidores.

Estes fundos são normalmente classificados como fundos de renda fixa e de baixo risco. E o melhor: o rendimento mensal é ISENTO de tributação para pessoas físicas.

Ou seja, se o fundo rende 1% ao mês, este valor é líquido, livre de impostos! E se você consultar verá que na verdade eles têm rendido bem mais que isso.

Hoje, para investir nesses fundos funciona assim: você analisa os fundos disponíveis, consulta o valor da cota, e decide quantas cotas quer comprar. Bem simples.

O que achei muito interessante é que você pode ganhar nas duas pontas: na valorização da cota e no rendimento mensal.

Explico: para entrar fundo você precisa comprar cotas, que possuem um valor, por exemplo, de R$ 100,00.

Supondo que você compre 100 cotas, você terá investido R$ 10.000,00 no fundo. No fim do mês, quando o fundo apurar o lucro, ele o dividirá proporcionalmente à quantidade de cotas entre os investidores. Se você tiver 10% das cotas receberá 10% do lucro.

Durante todo o tempo que você possuir as cotas, você receberá o rendimento percentual sobre o valor investido. No caso acima, caso o fundo renda 1%, você receberá 1% de R$ 10.000,00, que são R$ 100,00. Este valor é livre de impostos e cairá na sua conta mensalmente.

A outra possibilidade de ganho que citei, é na valorização da cota. Caso sua cota suba de R$ 100,00 para R$ 150,00 em um ano, você terá auferido um lucro de 50%, resgatando R$ 15.000,00. Fora os 12 meses recebendo 1% ao mês líquidos! Achei sensacional!

ATENÇÃO: o lucro obitido por meio da valorização da cota é sujeito à tributação de 20%. No nosso caso você pagaria 20% de R$ 5.000, que seriam R$ 1.000.

Mas nem sempre foi simples assim. Lá pelos idos de 2001, quando comecei a meus estudos e busca de informações sobre investimentos, esses fundos eram mais raros e restritos. Quando um fundo desses era lançado, o que era raro, havia um período de captação onde você poderia aderir e depois, quando todas as cotas eram vendidas o fundo era fechado.

Com o fundo fechado, você só conseguiria entrar ou sair caso conhecesse alguém interessado em vender ou comprar suas cotas. Isso dificultava bastante a liquidez e era um impeditivo para que você se dispusesse a investir nestas aplicações.

Hoje, como falei, ficou bem mais fácil. Na prática funciona como comprar uma ação na bolsa de valores. Isso aumentou muito a liquidez dos fundos e reduziu drasticamente a quantidade de capital necessário para aplicar.

Me lembro claramente de fundos no qual o investimento inicial era de R$ 50.000 ou R$ 100.000 reais. Hoje há fundos com cotas de R$ 50,00!

Fica registrada a dica desta opção de investimento, que pode ser uma alternativa viável em relação aos outros fundos de investimento ou à poupança.

Sugiro que você procure se informar mais sobre o assunto, aumentando o seu leque de opções quando for investir.

Abraço.

ps.: Este artigo não é uma sugestão ou recomendação de investimento. Estude sobre o assunto e tire suas próprias conclusões.

Economizar o salário é a melhor forma de ficar rico?

quarta-feira, 02/05/2007

Embora eu me preocupe em controlar meus gastos e faça um acompanhamento das minhas finanças, estou começando a me convencer que ninguém fica realmente rico economizando o próprio salário.

O máximo que dá para dizer, com alguma dúvida, é que você poderá ter uma aposentadoria tranquila e sem muitos sustos.

Um dia desses me peguei fazendo um planejamento financeiro, com as metas para os próximos 2 anos. Pensei que se juntasse um valor X por mês, rendendo Y, no final teria Z.

Tudo muito correto e com certeza é melhor que nada, o problema é que isso não vai me deixar verdadeiramente rico. Nem a você, provavelmente.

Vamos às contas: suponhamos que você consiga guardar R$ 500,00 por mês e que aplique em um fundo que renda 0,7% líquidos ao mês. Em 30 anos você terá acumulado R$ 814.228,76, sendo expressivos R$ 634.228,76 em juros e R$ 180.000,00(só?) em investimentos. Mas isso em 30 anos! Nesse tempo dá para alguém nascer, fazer filho e morrer!

Vamos tentar melhorar a situação imaginando economias de R$ 1.000,00 no mesmo período. Daqui a 30 anos, quando você não estiver podendo nem andar direito, terá R$ 1.628.457,52, sendo R$ 360.000,00 em depósitos e o restante em juros.

Não há dúvidas que é uma bela quantia, mas ainda assim terá que ficar contando os centavos quando estiver criando os seus filhos. Terá que ficar em apartamentos standard nos hotéis e usará um carro popular. Não é nada de extraordinário.

O que desejo, e procuro, é uma forma de ficar realmente rico. E acho que esse não é o caminho, embora eu não aconselhe ninguém a gastar mais do que ganha, lógico.

Sabe aquela história de se divertir com a pessoa errada até encontrar a certa? Acho que é o mesmo caso. Você não precisa viver na pindaíba, mas tenha consciência de que não ficará rico assim e procure outra forma. Enquanto isso você ainda vai guardando uns trocados no banco.

Se você fizer as contas, verá que se você conseguir juntar mais R$ 50,00 ou R$ 100,00 por mês não fará uma diferença drástica. Logo, até que ponto vale a pena economizar na gasolina tendo um carro popular? Ou até que ponto vale economizar usando roupas mais baratas?

De novo, não estou falando para gastar todo o seu dinheiro. Estou querendo dizer que, quando Donald Trump ficou devendo US$ 900.000.000,00 ele não se preocupou em gastar menos gasolina ou em gastar menos no almoço. Ele se preocupou em ganhar dinheiro!

É isso que eu não estou vendo no meu planejamento financeiro. Não estou vendo uma forma de ganhar dinheiro realmente, estou vendo apenas uma forma de juntar dinheiro, e vejo também o meu saldo subindo de forma linear, na mesma proporção todos os meses.

O que venho procurando há algum tempo, e ainda não encontrei, é uma forma genuína de ganhar dinheiro. Uma forma de ficar rico de verdade.

O que percebi é que não existe alavancagem no processo de geração de receitas das pessoas de classe média. Ganha 10, guarda 3, ganha 20, guarda 6, e assim vai. Imagina quanto tempo o Donald Trump levaria para chegar aos US$ 900.000.000,00?!

Sem falar que quando a sua renda depende do seu esforço e da sua presença, suas possibilidades estão limitadas às horas do dia, aos dias da semana, etc.

O que procuro é uma forma alavancada de ganhar dinheiro. Mas ainda não sei como fazer isso. Só tenho umas idéias vagas.

E você? O que tem feito para ficar rico? Concorda comigo? Tem alguma sugestão?

Deixe o seu comentário.

Caro vs Barato

segunda-feira, 30/04/2007

Muitas pessoas associam o conceito de caro ou barato ao valor de um produto. Este é um erro muito comum.

Caro ou barato refere-se à relação custo/benefício do objeto em questão, e não somente ao valor financeiro.

Você deve sempre levar em contas que vantagens estará recebendo ao optar entre um produto e outro. Cara são as coisas pela qual você pagou mais do que elas podem lhe dar em retorno. Baratas são as coisas que você pagou menos do que eleas podem lhe dar em retorno.

Caso você veja o anúncio de uma Ferrari por R$ 1.000.000,00 achará caro ou barato? Com certeza ela vale muito dinheiro, mas não podemos dizer que é cara.

Se você imaginar que ela é desenvolvida com a mais alta tecnologia existente, que cada detalhe é pensado minuciosamente e que é extremamente segura, talvez seja barata.

Mas para não deixar dúvidas, vamos dramatizar: esta mesma Ferrari, se à venda por R$ 250.000,00, com certeza é mais barata que um Vectra de R$ 70.000,00.

Embora R$ 250.000,00 seja muito dinheiro, o carro não é caro. Afinal, o desempenho é superior, o conforto é superior, a segurança é superior, o design é superior, o status é superior, logo, o preço é superior.

Se o carro fosse caro, ou seja, os benefícios não justificassem o preço, a Ferrari já teria quebrado. Mas ano após ano ela sobrevive, vendendo seu carro para os poucos que podem pagar.

A partir de agora, sempre que for vender algo, tente mostrar o valor do seu produto para os clientes, para que eles entendam a diferença entre caro e barato. Justifique o seu preço com um desempenho, estilo ou qualidade superior. Isso lhe dará o direito de cobrar mais e ainda ter um produto barato.

E da próxima vez que vir um produto com um preço alto, tente compreender o valor agregado e, só depois, dizer se é caro ou barato.

Custo vs Valor

sábado, 28/04/2007

Até algum tempo atrás, eu achava um absurdo haver uma moto esportiva que custasse R$ 75.000,00 sendo que ela era bem mais leve e menor que qualquer carro na mesma faixa de preço.

Na minha concepção, eu pensava que por ser mais leve seria necessário menos material para construir a moto, o que deveria diminuir o preço. Também pensava que por ser menor precisaria-se de menos couros para os bancos, o que também ajudaria a diminuir o preço. Também pensava que por ter apenas 2 pneus ao invés de 4, ajudaria a baixar o peço. Também pensava… acho que você entendeu como eu pensava.

Hoje entendo que não é assim que se deve ver as coisas. As coisas possuem um valor, que é algo sem relação direta com o custo. Mesmo que um produto tenha um custo irrisório de produção pode ter um valor alto. E você não deve ficar praguejando contra ‘o ganacioso, inescrupuloso e capitalista’ fabricante.

Para facilitar o entendimento, vamos ao dicionário:

  • Valor: o que uma coisa vale; preço; importância; qualidade inerente a um bem ou serviço que traduz o seu grau de utilidade; qualidade daquele ou daquilo que tem força; valia; estimação; valentia; coragem; mérito; préstimo;
  • Custo: importância por que se adquiriu uma coisa; valor em dinheiro; despesa;

Note que a definição de valor é bem mais complexa. O custo de um produto é a soma dos materias e mão-de-obra gasta para fazê-lo, basicamente.

Já o valor depende da percepção que as pessoas têm sobre o produto, do benefício que ela pode obter ao usar o produto. Como o dicionário nos mostra, o valor está associado ao mérito, à estimação, ao préstimo ou à valia.

Como o valor é um critério subjetivo, para algumas pessoas que não entedem de moto, como eu, uma moto pode ser um veículo: de capacidade limitada(só transporta 2, sem bagagem); inseguro(é fácil cair); sem proteção contra chuva ou frio; fácil de ser roubado.

Mas ela tem o seu valor para o condutor/consumidor: proporciona uma sensação de liberdade; normalmente passam a idéia de modernidade, por terem um design bonito; sugerem que o condutor seja alguém desafiador, desbravador, já que está apenas sobre duas rodas; oferece um desempenho muito superior ao dos carros com mesmo preço, pois é bem mais leve; etc.

Agora, se você mostrar os custos de produção da moto para mim e para o motociclista, concordaremos que a moto tem o mesmo custo, mas cada um enxerga um valor(benefício) diferente.

Entender essa diferença é um passo fundamental para que você possa no ganhar mais dinheiro no futuro. Você precisará se concentrar em fazer coisas com alto e valor e, se possível, com mínimo custo. Também deverá saber como passar esta imagem para seus futuros clientes, para que eles concordem em pagar o novo preço.

Um exemplo básico, é a superioridade em estilo das coisas com linhas arredondadas sobre as coisas de linha reta. Em pricípio, as coisas com linhas arrendodas são mais bonitas embora desperdicem mais espaço. Tente imaginar uma bandeija de vidro, tipo Marinex.

Ela não é quadrada, embora o bolo ou lasanha pudesse ser maior se fosse. A bandeija normalmente tem os cantos arredondados e a parte do fundo é menor que a parte de cima, formando um trapézio.

Não há dúvidas que são mais bonitas do que se fossem totalmente quadradas, mesmo que a lasanha fique menor. Sem falar que gastam menos material. O fabricante pode cobrar mais caro e reduzir o custo. Fantástico! É isso que você também deve procurar fazer.

Note que dos benefícios da moto que eu tentei imaginar, apenas o desempenho é algo concreto, mensurável. Todos os outros benefícios dizem respeito a como a pessoa se sente ao usar a moto.

Essa é a idéia do valor. Como disse o dicionário, está associado ao mérito, à importância. Normalmente as coisas com alto valor fazem você se sinta bem, ou diferenciado, ou ambos. Não há uma razão lógica para se querer uma bandeija arredondada, já que a lasanha fica menor. Há uma razão emocional.

A regra de ouro é entender que um produto não tem a obrigação de ser vendido a um preço baixo só pela razão de que foi barato para produzí-lo, como no caso da moto ou da bandeija de vidro. E que você não estará roubando ninguém caso venda um produto por 150 vezes o custo de produção, já que uma coisa não tem relação com a outra, e as pessoas que percebem o valor pagam espontaneamente.